sexta-feira, 30 de julho de 2010

♥ "O Pé de Groselha"



O Pé de Groselha
Hugh B. Brown


   Às vezes nos perguntamos se o Senhor realmente sabe o que deve fazer conosco.  Às vezes nos perguntamos se não sabemos melhor do que Ele o que devemos fazer e o que devemos tornar-nos. Gostaria de relatar-lhes uma história. Tem a ver com um acontecimento em minha vida em que Deus me mostrou que Ele sabia o que é melhor.
   Eu estava residindo no Canadá. Eu comprara uma fazenda que estava em más condições de conservação. Saí de casa certa manhã e vi um pé de groselha com mais de dois metros de altura. A planta estava em péssimo estado, sem flores nem frutos. Eu fora criado numa fazenda de frutas em Salt Lake antes de ir para o Canadá, e eu sabia bem o que deveria acontecer com aquele pé de groselha. Assim, peguei tesouras e podei-o até deixar apenas o tronco com algumas protuberâncias. Ainda estava amanhecendo, e tive a impressão de ver em cima de cada um daqueles nós algo parecido com uma lágrima, e achei que a groselheira estivesse chorando. Eu era um pouco ingênuo (e ainda não deixei totalmente de sê-lo) e olhei para ela e disse: "Por que você está chorando?" Tive a impressão de ouvir o pé de groselha dizer o seguinte: "Como você pôde fazer isso comigo? Eu estava crescendo de maneira tão maravilhosa. Eu estava quase tão frondosa quanto a árvore de sombra e a árvore frutífera que estão do lado de dentro da cerca, e agora você me reduziu a isto. Todas as plantas do quintal vão olhar para mim com desprezo porque não me tornei o que deveria ter-me tornado. Como você teve coragem de fazer isso comigo? Achei que você fosse o jardineiro". Isso é o que achei ter ouvido o pé de groselha dizer, e pensei tanto a respeito que respondi. Eu disse: "Olhe, minha pequena groselheira, eu sou o jardineiro, e sei o que quero que você seja. Eu não queria que você se tornasse uma árvore para dar frutos quaisquer ou sombra. Quero que você seja um pé de groselha e, algum dia, pequena groselheira, quando você estiver carregada de frutos, você vai dizer: "Obrigado, Sr. Jardineiro, por amar-me o bastante para podar-me. Obrigado, Sr. Jardineiro'".
   Passaram-se os anos, e fui parar na Inglaterra. Eu estava no comando de uma unidade de cavalaria do exército canadense. Meu posto era o de oficial no exército britânico-canadense. Eu muito me orgulhava de minha posição. E havia a oportunidade de eu ascender à patente de general. Eu já me submetera a todos os exames. Eu era o mais antigo. O único homem entre mim e a patente de general no exército britânico falecera, e recebi um telegrama de Londres que dizia: "Esteja em minha sala amanhã de manhã às 10h". O telegrama vinha assinado pelo General Turner. Fui a Londres. Entrei respeitosamente na sala do general, prestei continência respeitosamente e ele fez o mesmo tipo de saudação que um oficial de patente mais elevada faz aos subalternos - algo como "Saia do caminho, verme desprezível!" Ele disse: "Sente-se, Brown". Em seguida, ele disse: "Lamento muito não poder conceder-lhe a promoção. Você sempre foi um bom oficial, mas não posso promovê-lo. Você deve voltar ao Canadá e ser um oficial da área de treinamento e transportes". Aquela patente pela qual eu orara e ansiara por dez anos de repente estava escapando-me pelos dedos.
   Então, ele foi para outra sala para atender o telefone e, sobre sua mesa, via uma folha com meus dados pessoais. Na parte inferior da folha estava escrito: "ESTE HOMEM É MÓRMON". Naquela época, não éramos muito benquistos. Quando vi isso, compreendi o motivo de não ter sido promovido. Ele voltou e disse: "É só isso, Brown". Prestei continência novamente, mas sem o entusiasmo inicial, e saí. Peguei o trem e voltei para minha cidade, a quase 200 quilômetros de distância, com o coração partido e a alma cheia de amargura. E cada ruído dos vagões nos trilhos parecia dizer: "Você é um fracassado". Quando cheguei ao quartel, estava tão amargurado que joguei minha boina na cama. Cerrei os punhos e agitei-os em direção ao céu, dizendo: "Como pudeste fazer isso comigo, Deus? Fiz tudo a meu alcance para qualificar-me. Não há nada que eu pudesse ou devesse ter feito que não fiz. Como fizeste isso comigo?" Meu ser era uma taça de fel.
   Então ouvi uma voz e reconheci-a. Era minha própria voz, e ela dizia: "Eu sou o jardineiro. Sei o que quero que você faça". A amargura saiu de minha alma, e caí de joelhos ao lado da cama para pedir perdão por minha ingratidão e amargura. Ao ajoelhar-me ali, ouvi alguém entoar um hino numa barraca próxima. Um grupo de rapazes mórmons reunia-se regularmente toda terça-feira à noite. Eu costumava reunir-me com eles. Sentávamos no chão e fazíamos uma reunião Mutual. Enquanto eu estava ajoelhado ali, orando pedindo perdão, ouvi-os cantar:


"Mas, quando o Cristo me chamar
A sendas que não trilhei,
Eu proclamarei com amor, ó Senhor:
'Aonde mandarei irei'.
(Hinos, 167)


   Ao levantar-me de meus joelhos, eu era um homem mais humilde. E agora, quase 50 anos depois, dirijo-me a Ele e digo: "Obrigado, Sr. Jardineiro, por podar-me, por amar-me o bastante para ferir-me". Hoje vejo que foi sábio eu não ter sido promovido a general naquela época, porque se isso tivesse acontecido, eu teria sido o oficial comandante de todo o oeste do Canadá, com um salário vitalício atraente, moradia e pensão, mas eu teria criado minhas seis filhas e dois filhos num ambiente de quartel. Sem dúvida, eles estariam casados fora da Igreja e acho que não teria aproveitado muito. Não que eu tenha aproveitado muito de qualquer maneira, mas saí-me melhor do que se o Senhor tivesse permitido que eu seguisse na direção que eu desejava.
   Muitos de vocês vão ter experiências muito difíceis: decepções, desilusões, perdas, derrotas. Vocês serão testados e provados. Só quero que saibam que caso vocês não recebam o que acham que deveriam receber, lembram-se de que Deus é o jardineiro. Ele sabe o que deseja que vocês se tornem. Submetam-se à vontade Dele. Sejam dignos de Suas bênçãos e, vocês as receberão.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

♥ Homenagem aos 50 anos da Igreja em Rio Grande


Homenagem aos 50 anos da Igreja 
em Rio Grande

Uma Obra de 
Nara Floriano de Oliveira


Para mim é uma honra falar deste evento
Ocorrido em 1960, que foi tão importante
Ao mesmo tempo que comemora-se a inauguração de Brasília
A glória eterna já refulge em Rio Grande

Foi também o ano do I salão do automóvel no Brasil
Foi lançado o protótipo de um jeep chamado Saci
Enquanto em Rio Grande, o protótipo era de um prédio
Que abrigasse as pessoas para palavras de amor ouvir

Um grande avanço para a ciência e tecnologia
Quando o 1º satélite meteorológico os Estados Unidos lançam
Enquanto em Rio Grande são lançadas as sementes da verdade
E a glória do Eterno os céus proclamam

John Kennedy vence as eleições de 1960
Dos Estados Unidos, torna-se presidente da nação
Enquanto em Rio Grande, a verdade vence a apostasia
Depois de uma longa escuridão

Anjos descem a cantar
Trazendo uma mensagem importante
São vindos da cidade de Pelotas
Anunciando que a alva rompe em Rio Grande

Élderes Daniel Lafoy Watts e John Albert Tobler
Foram os chamados a servir
Proclamando: Povos da terra, vinde escutai
Eis-nos agora aqui

Élderes Wayne Flinton e Sterling Barton
Juntos com eles vieram
Tornando histórico o dia treze de julho de mil novecentos e sessenta
Doce é o trabalho que esses homens fizeram

Ao raiar o novo dia vão ao jornal "O Tempo"
Pedir que um artigo seja impresso
Alegres notícias os povos recebem
A verdade é nosso guia para o sucesso

No céu desponta nova luz
E os raios de clemência brilham na rádio riograndina
Permitindo a execução de fitas por quinze minutos
Todos os domingos das 10:15 às 10:30

Marechal Floriano, 112, quarto 153
Endereço que entrou para a história deste hotel
Não só por já ter abrigado D. Pedro II
Mas, por ter, o Hotel Paris, abrigado os Élderes de Israel

Estes jovens de nobre estirpe
Com a delegacia e a prefeitura fizeram contato
Explicando o propósito de estarem aqui
Que na obra do Senhor estavam a trabalho

Vem, ó dia prometido
Para que a 1ª reunião sacramental cumpra sua agenda
Que manhã maravilhosa
Foi a do dia Dezesseis de julho de mil novecentos e sessenta

Sê bem vindo, dia santo em que chegam o supervisor de distrito
Élder Maashoff e Élder Taylor, seu companheiro
Vêm de Pelotas para a 1ª reunião sacramental
E, no mesmo dia, aos missionários, dão um treinamento

Sereno finda o dia
É tarde, a noite logo vem
O supervisor de distrito e seu companheiro partem com alegria
Cantando Hosanas ao Deus de Belém

Vede, ó santos, que gloriosas bênçãos
Como um rosal o ermo floriu
Se lutarmos pela causa, recompensa nos virá
Deste mundo as flores mil

Missão qual dos anjos a nós hoje é dada
Ao mundo a verdade levar
Servir com ternura na obra sagrada 
Luz espalhai, pois nossa lei é trabalhar
-


(Poema lido no Devocional Especial em Comemoração aos 50 anos da Igreja SUD na cidade de Rio Grande, Rio Grande do Sul. Um agradecimento especial à Nara.)


Dedico esta postagem a todas as pessoas que fizeram parte desta bela história. "[Tudo PODEMOS] Naquele que [nos] fortalece". E assim foi, e assim sempre será!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

♥ O Toque da Mão do Mestre





O TOQUE DA MÃO DO MESTRE


Ele estava maltratado e desgastado,
e o leiloeiro achava que quase não valeria
a pena despender muito tempo com aquele
velho violino, mas mesmo assim, 
ergueu-se com um sorriso:
"Quanto me dão, meus senhores", gritou ele,
"Quem fará a primeira oferta?"
"Um dólar, um dólar"; em seguida,
"Dois!" "Apenas dois? Dois dólares. 
Quem dá três? Três dólares, dou-lhe uma; 
três dólares, dou-lhe duas;
Vendido por três dólares" -
Mas, não, bem lá no fundo da sala, 
um homem grisalho adiantou-se e pegou o arco;
Limpou, então, o pó do velho violino,
Apertou as cordas soltas
E tocou uma melodia pura e bela
Como o cântico dos anjos.

A música terminou, e o leiloeiro,
Disse com voz calma e suave:
"Quanto me dão pelo velho violino?"
E ergueu-o juntamente com o arco.
"Mil dólares. Quem me dá dois?
Dois mil! Quem me dá três?
Três mil, dou-lhe uma; três mil, dou-lhe duas;
Vendido!" disse ele.
As pessoas aplaudiram, mas algumas choraram.
"Não entendemos bem o que fez com que seu valor mudasse". 
Rapidamente veio a resposta:
"O toque da mão do mestre."


E muitos homens, cuja vida está desafinada, maltratada e desgastada pelo pecado, são leiloados bem barato para a multidão insensível, tal como o velho violino. Um "prato de lentilhas", um copo de vinho, um jogo de azar -  e ele segue adiante. Dá-se uma, dá-se duas e quase se entrega. Mas aí vem o Mestre, e a insensata multidão, não consegue compreender o valor de uma alma e a mudança efetuada pelo Toque da Mão do Mestre.